Integrantes da base do governo desconfiam dos sinais recentes emitidos pelo governo em relação às emendas parlamentares. Acham que o governo busca tirar-lhes poder. E vão cobrar do presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), uma resposta.
Os exemplos são muitos. Citam:
1. a falta de um cronograma de liberação das emendas;
2. o pedido dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) para que prefeitos se inscrevessem diretamente no site do governo e, assim, obter dinheiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sem passar pelos deputados; e
3. uma entrevista recente do líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), na qual ele diz que o Executivo tem de ter liberdade para decidir quando as emendas impositivas devem ser liberadas.
Uma resposta para os sinais negativos enviados pelo governo é colocar o calendário dos pagamentos das emendas direto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e, assim, forçar sua liberação como combinado. O olho está no cronograma eleitoral nos municípios do ano que vem.
Líderes da base pretendem conversar com Guimarães tão logo Lira volte a Brasília. Querem saber o que “os sinais querem dizer”. Nesse momento, diz uma dessas lideranças, o que se não lê não é bom.